quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Sintonia e Vibração


Imaginemos alguém que, com um perfume muito forte, permanece determinado tempo em ambiente fechado. A fragrância do seu perfume irá se espalhar pelo ambiente, que ficará impregnado, durante algum tempo, com o odor característico. Da mesma forma, o resultado do que pensamos e sentimos, fica indelevelmente plasmado naqueles ambientes que mais costumamos freqüentar.
Assim, os nossos lares, os ambientes de trabalho, os locais onde se realizam cultos religiosos e de outros tipos, ficam com suas atmosferas marcadas pelas formas-sentimento e formas-pensamento que comumente ali são expressadas. Quem penetrar em um desses ambientes, inconscientemente ou não, se sentirá inclinado a sintonizar-se psiquicamente com as vibrações ali caracterizadas, sejam agradáveis ou desagradáveis.
Por outro lado, se alguém com um perfume muito forte nos abraça, inevitavelmente herdaremos o odor que dessa pessoa é emanado, seja ele prazeiroso ou não. Da mesma forma que o perfume alheio nos invade a atmosfera pessoal, as vibrações espirituais de quem nos abraça também nos invadem a organização íntima, nem que essa troca energética se processe - e também se conclua - em poucos segundos, tempo necessário para que as defesas energéticas da aura administrem a invasão energética. Em resumo, estamos sempre marcando, com a "nossa fragrância espiritual", as pessoas e os ambientes com os quais convivemos e, ao mesmo tempo, recebendo a suas influências. Quando e se, as nossas defesas espirituais estiverem em boa forma, assimilaremos apenas o que nos for positivo e rechaçaremos o que não for. Esse processo é inconsciente, como também o é o da defesa orgânica que os anticorpos promovem em nosso corpo, sempre que necessário. É tudo tão rápido que o cérebro físico-transitório não dá conta, apesar de ser ele que administra todo o processo, como também o faz, a nossa mente espiritual, quando o caso se relaciona com as vibrações de terceiros que nos invadem o espírito.
É importante perceber que, uma simples troca de olhares, um aperto de mão, um abraço, uma relação sexual, por exemplo, são situações em que a troca energética acontece, independentemente de querermos ou não. Quando a nossa resultante de defesa vibratória é positiva - normalmente assim o é nas pessoas que tem bom ânimo, não se deixam entristecer pelos fatos, são disciplinados no campo da oração e/ou meditação etc. - pouco nos invade a energia alheia, se isto for nos servir de transtorno ao nosso equilíbrio energético. Ao contrário, se estivermos em baixa condição de defesa energética, tal qual um prato de alimento estragado que inapelavelmente irá causar 'estragos" no nosso organismo, a energia deletéria alheia nos desarmonizará durante pouco ou muito tempo, conforme for a nossa capacidade psiquica-espiritual em restabelecer o equilíbrio que nos caracteriza, seja ele de que nível for.
As crianças pequenas que sequer andam, normalmente tem energia passiva, e sofrem um bocado quando ficam "passando de braço em braço", recebendo verdadeiras descargas energéticas que normalmente lhes causam desequilíbrios de toda ordem. Se os pais terrenos disso soubessem, outras seriam as suas posturas em relação a permitirem que seus filhos andem de "braço em braço".
Portanto, estamos a todo momento, trocando energia com as pessoas e com os ambientes que nos rodeiam. O equilíbrio - leia-se, saúde espiritual - de cada um, é o único antídoto a impedir que as vibrações negativas, alheias à nossa organização espiritual, penetrem no nosso íntimo. Saber conviver sem sintonizar com a energia de terceiros é postura que somente os mestres de si mesmos conseguem plasmar na difícil coexistência com os demais. Ao contrário, se a toda hora temos a sensibilidade pessoal invadida por problemas e influências de outras pessoas e/ou situações, ficamos sempre à mercê dos "outros nos deixarem" ficar em paz. Assim, a nossa paz íntima dependerá dos outros, jamais de nós próprios; o nosso controle será sempre refém do descontrole alheio; a nossa fragrância espiritual estará sempre mesclada com a dos outros; enfim, dificilmente conseguiremos ser donos de nossa própria vida.
Se pretendemos ser os arquitetos e atores da nossa própria caminhada evolutiva é mister que cuidemos do nosso equilíbrio espiritual, escolhendo quando e como sintonizar com as vibrações alheias, seja em uma conversa, em um convívio mais íntimo, numa palestra, enfim, numa simples leitura, como é o caso que ora ocorre, pois, até o que lemos pode nos ser motivo de enriquecimento ou de desarmonia interior, já que é vibração que nos penetra a alma.
Lembremo-nos de que: a soberania espiritual passa necessariamente pelo controle das emoções; a saúde do nosso corpo dependerá da qualidade do que nos alimentamos; o equilíbrio do nosso espírito depende e, em muito, do que nos permitimos sintonizar, através dos sentidos.
Afinal, se a massa e energia são aspectos de um mesmo padrão existencial, sintonia e vibração formam o elo entre toda a massa e energia que existe, independente das formas transitórias que venham a assumir.
Melhoremos a nossa vibração pessoal e eduquemos os nossos padrões de sintonia. Isto feito, estaremos despertando no nosso íntimo, a grande herança que recebemos do Pai Celestial.

Fonte: Jan Val Ellam  - Livros: "Queda e Ascensão Espiritual" - Vialuz, ano 4, n° 16
Fonte da Imagem: Google



segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O Barbeiro


Um homem foi ao barbeiro, e enquanto tinha seus cabelos cortados conversava com ele. Falavam da vida e de Deus.
Daí a pouco o barbeiro incrédulo não aguentou e falou:

- Deixa disso, meu caro, Deus não existe!
- Por quê você pensa assim?
- Ora, se Deus existisse não haveria tantos miseráveis passando fome! Olhe em volta e veja quanta tristeza. É só andar pelas ruas e enxergar!
- Bem, esta é a sua maneira de pensar, não é?
- Sim, claro que é!

O freguês pagou o corte e foi saindo quando avistou um maltrapilho imundo com longos e feios cabelos, barba desgrenhada, suja e já abaixo do pescoço.
Não aguentou, deu meia volta e interpelou o barbeiro:

- Sabe de uma coisa?
- Não acredito em barbeiros!
- Como?
- Sim, se existissem barbeiros não haveriam pessoas de cabelos e barbas compridas!
- Ora, eles estão assim porque querem. Se desejassem mudar, viriam até mim!
- Aha! Agora, você entendeu!

E lá se foi o freguês com um leve sorriso no rosto deixando para trás um barbeiro atônito com a verdade daquela interpelação!

Fonte: www.contoseparabolas.no.sapo.pt/02contos/fe.htm
Fonte da Imagem: Google

sábado, 3 de novembro de 2012

Umbanda - Origem e Sessão



As raízes da umbanda são ainda um grande mistério e não se tem como saber ao certo onde surgiu enquanto crença, o que se observa são as muitas semelhanças com os cultos afro brasileiros,  com as crenças dos negros escravizados, com a cultura indígena, sem falar nas semelhanças com as raízes dos cultos africanos.
O que se pode afirmar é que  possuem em comum a crença nas forças da natureza,  e   que o equilíbrio destas  forças é  capaz de modificar as energias ruins e revitalizá-las. Estes elementos da natureza, na Umbanda, são chamados de Orixás e cada um deles irá vibrar em seu elemento,  água, terra, fogo, ar, etc.
Embora estas crenças existam à muito tempo, a versão mais aceita sobre a origem da Umbanda é a que foi documentada pelo médium Zélio Fernandino de Morais, que em 15 de novembro de 1908 recebeu a entidade denominada Caboclo das Sete Encruzilhadas, que segundo afirmou, seria o responsável por ajudar a criar e difundir a religião que hoje conhecemos por Umbanda.
A partir de então, sob a orientação da espiritualidade, foi surgindo várias tendas (terreiros, centro ou casas) por todo o Brasil. Acredita-se que este avanço tenha sido responsável pela imensa variedade de vertentes da Umbanda, que conforme a localidade foi inserindo movimentos de culturas próprias.

Embora o culto Umbandista possa diferir em seus rituais, conforme o local e vertente de que façam parte, todos estão alicerçados nas seguintes crenças:

 - Existência de uma força criadora universal;
- Obediência aos ensinamentos que versam sobre: fraternidade, respeito ao próximo, caridade  e amor   incondicional, sendo a caridade a máxima encontrada em todas;
- Culto aos Orixás;
- Médiuns como intermediários das entidades;
- Doutrinas e regras de conduta moral e espiritual;
- Crença na imortalidade da alma;
- Leis cármicas (ação e reação).

A Umbanda apresenta aspectos interessantes e que fogem ao tradicionalismo das religiões, e mesmo que não exista uma regra escrita, TODOS os Umbandistas possuem um Pai ou Mãe de Santo,  que é o dirigente do terreiro.
O interessante e peculiar é que não existe nomeação e nem eleição, mas feitura de santo, que é o que determina o Pai/Mãe de santo, e sua palavra tem poder de decisão. São seguidos e respeitados em função da força de seu conhecimento (estudos e camarinha).
Os dirigentes do terreiro sempre seguem a orientação de um Orixá, que é considerado o chefe espiritual da casa, e sob a orientação deste orixá o Pai ou Mãe de Santo define todas as normas e regras ditadas para o funcionamento da casa.
É certo que cada terreiro de Umbanda tem suas regras, filosofias e  adaptações do ritual, mas sempre  respeitando as crenças acima citadas.

O Centro de Umbanda Pai Jacó de Angola também adaptou sua forma de  trabalho , filosofia e regras, e nosso objetivo, além de dar uma ideia da origem da Umbanda, é mostrar o funcionamento da nossa casa.
Como na maioria dos terreiros de Umbanda, a roupa é branca, pois é  capaz de refletir todas as outras cores, os médiuns antes de entrarem no terreiro tomam banho de descarrego (limpeza), que nada mais é que “lavar” as energias acumuladas no dia de atividades fora do centro (terreiro/casa) de umbanda.
Antes de entrarmos no terreiro temos a obrigação de salvar as cangiras, que é quando pedimos proteção e licença ao povo que cuida de nossos caminhos e que fazem a linha de defesa de nossa casa, que são os Exús e Pombas Giras.
Após salvar as cangiras podemos entrar no centro onde acontecem as giras/sessões, e após colocarmos nossas guias, que são um escudo de proteção para os médiuns, devemos pedir proteção e licença ao nosso anjo da guarda e aos Orixás da casa para termos uma boa gira, fortalecidos pelo tripé do equilíbrio que é a fé, esperança e caridade.  
Cumprimentamos uns aos outros, saudando e desejando uma boa gira, logo em seguida inicia a defumação do terreiro, dos filhos de santo e da assistência. Com estes preparativos   fechamos a corrente,  que é na  posição de  perfilados.
Abrimos a gira com a oração de agradecimento, pedindo proteção, força, paz e amor para iniciarmos a transformação energética.
Chamamos  os Orixás da noite com os pontos cantados, que tem a função de vibrar a corrente com a energia desejada  para o inicio dos trabalhos.  Os pontos  cantados são como uma oração e um mantra pedindo que venham até nós.

Nossa sessão é dividida em duas partes, sendo a primeira consagrada aos Orixás, que são energias da natureza   que não viveram na terra e que incorporam com a ajuda dos pontos cantados específicos para cada um deles.  O objetivo é equilibrar as energias para os trabalhos de atendimento.
Lembram que comentamos acima que as energias da natureza em equilíbrio geram uma forte energia revitalizadora? É isto que eles fazem! E é por isso que sempre falamos que as energias já foram transformadas e revitalizadas.
Nesta parte da sessão é fundamental estarmos, médiuns e assistência, sintonizados com pensamentos de fé. Pois neste momento o terreiro os médiuns e a assistência estão sendo preparados e se preparando para receber as entidades, que são os espíritos evoluídos e em evolução que já viveram na terra e tem a responsabilidade de orientar e ensinar tanto os médiuns como a assistência.

Na segunda parte vamos trabalhar com os protetores, guias e/ou mensageiros que com o auxilio dos pontos cantados serão recebidos pelos médiuns e virão  com suas características energéticas específicas. Por exemplo: Pretos Velhos pedem, entre outras coisas, cachimbo para utilizar a fumaça,  que tem a função de defumar o consulente no momento do atendimento. Estas  características e ferramentas solicitadas por cada entidade devem ser respeitadas, pois são elas o  apoio para o cumprimento de seu principal compromisso, que é levar a cada um de nós orientação,  conforto, esclarecimento e transformação do campo energético.
Por isto, tantas vezes ouvimos sobre a necessidade de mudarmos de atitude,  são nossas atitudes e pensamentos que determinam nosso campo vibratório, atraindo as energias semelhantes, sejam elas boas ou ruins.
Assim como é atendida a assistência também serão atendidos os médiuns sempre que necessário. Lembrando que a transformação energética já aconteceu, sendo o atendimento um suporte a mais para o consulente ou para os médiuns, visando conforto, esclarecimento e orientação.

Terminados os atendimentos as entidades partem para aruanda e devem receber como agradecimento os  pontos cantados que irão auxiliar na partida. 
Finalizamos agradecendo pela gira/sessão e pedindo força e proteção para a semana.
Todos nós, em sinal de respeito e agradecimento novamente batemos cabeça aos orixás. Ao sairmos do terreiro salvamos as cangiras agradecendo aos nossos guerreiros mensageiros por terem nos protegido e defendido, ajudando a transformar as energias e possibilitando uma boa gira.

Em  nosso ritual, do começo ao fim, é importantíssimo o silêncio (uma forma de respeito) para que possamos manter a  concentração  nos trabalhos e que as energias renovadas não se dissipem, de forma a permitir estarmos  conectados com  as energias liberadas e benéficas e  que nos auxiliam  nas transformações necessárias e na manutenção do equilíbrio. 

Que juntos, médiuns e assistência, mentalizados no poder da fé , esperança e caridade possamos cumprir com a função que cabe a cada um de nós! 

Muita luz, saúde e paz a todos!

Autora: Valéria Braz
Revisão: Kika – Chefe do Terreiro

Fonte da Imagem: google