segunda-feira, 23 de julho de 2012

O Povo Baiano



No mundo astral foram sendo organizadas as linhas de Trabalho Espiritual dentro da Umbanda,  que  utilizando  os arquétipos do povo brasileiro, surge entre elas:
Caboclos - que homenageia o guerreiro nativo, forte  e profundo conhecedor  da natureza; 
Preto Velho -  que se caracteriza pela sabedoria, paciência, bondade e humildade dos anciãos das senzalas;
 Crianças -  que mostra a pureza infantil e a necessidade de fazê-la ressurgir em nosso íntimo.

Como a estrutura de trabalho espiritual tem como objetivo a evolução da humanidade, novas linhas de trabalho foram se apresentando gradualmente  acompanhado as mudanças do meio social para atender as necessidades humanas.  Entre as que surgem,  encontra-se  a de Baianos, linha que  faz referência as origens de um povo que é a cara do Brasil. A Bahia e seu povo sintetiza  a diversidade  que existe no Brasil, tanto em relação aos seus valores culturais, quanto aos religiosos. 
Os  Baianos são um povo fraterno, fervoroso, persistente, alegre, festeiro, cheio ginga, ritmo e magia, e  a linha reflete tudo isto. 
 Homenageia ainda  os antigos Pais e Mães de Santo da Bahia, que foram os primeiros a trabalhar, e muito, para a divulgação e preservação do culto aos Orixás em uma  época de muitos  preconceitos e dificuldades.

Durante um longo tempo  os trabalhos da linha de Baiano foram visto com desdém e restrições,  no entanto, com a persistência característica deste povo, aos poucos foram preenchendo  de forma exemplar  o espaço que lhes foi dado pelo astral.

Na Umbanda a linha dos Baianos pertence à chamada linha das Almas, a mesma dos Pretos Velhos.  Linha que traz mensagens de conforto,  fé  e  de como  lidar com as adversidades de nosso dia a dia, além de  muito conhecimento sobre  ervas e  axé.
É uma linha formada por espíritos alegres e brincalhões, que adoram desmanchar demandas, são conselheiros, orientadores, além de  ótimos ouvintes.  É a alegria de um povo sofrido que não perde a esperança,  mostrando  uma fé inabalável e grande experiência para lidar com problemas que fazem os nossos parecer brincadeira.
 A gira é sempre muito animada, pois trazem sua energia positiva e sua vontade de ensinar. Possuindo sempre uma resposta na ponta da língua, nos mostram uma forma de encarar e enfrentar os problemas  do cotidiano,  de como  amparar ao próximo,  e ainda transformar a tristeza em alegria e esperança.
Costumam ser carinhosos e passam muita segurança, no entanto não levam desaforo para casa, sendo  comum presenciarmos estas entidades desviarem assuntos relacionados a trabalho, dinheiro, ou qualquer outro, para perguntar sobre assuntos relativos ao coração.  Como o povo sofrido que foram, sabem  que sanado os problemas de relacionamento, os demais acabam como que por mágica.
Com certeza a principal característica desta linha é sua capacidade de ouvir, conversando muito  e com sua fala mansa, transmitem confiança e alegria aos que buscam seu auxílio e tem fé. 
Ensinam muitas coisas, entre elas, a não se estagnar diante dos problemas, a não lastimar, agradecer pela vida e seguir em frente, confiar na providência divina, manter bons sentimentos e pensamentos,  e não olhar só para seu próprio umbigo.

Desta forma os Baianos chegam e nos conquistam, desarmam nossas defesas emocionais e mentais, auxiliam  nossa evolução espiritual e material, empregando todo o seu conhecimento e elevação. 

Quando os Baianos chegam, ouvindo e direcionando os consulentes em seu sofrimento, estão fazendo muito mais que aliviar dores, estão mostrando que cada povo tem seu valor, sua bagagem cultural,  sua maneira de fazer o bem, e que todos podem contribuir para o progresso comum. 

Mostram que as diferenças não são ruins, pois o que de fato importa são os valores que carregamos em nosso íntimo. 

Sem alarde e de forma simples, os guias da Umbanda, entre eles o povo Baiano, nos ensinam e auxiliam, mostrando que somos todos  parte de uma única raça, a “Raça Universal dos Filhos de Deus”.

 Salve os Baianos! Salve a Bahia de Todos os Santos!

                                                                                          Por: Valéria Braz


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