terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Quem só sabe ver os erros dos outros


“ Um casal mudou-se para um bairro muito tranquilo. Na primeira manhã, enquanto tomava café, a mulher reparou, através da janela, em uma vizinha que pendurava lençóis no varal e comentou com o marido:

- Olha como a nossa vizinha lava mal seus lençóis! Eles são brancos, mas estão   amarelos de tão encardidos.  Se fosse eu…estariam “branquinhos”…, mas veja só… que sujeira…Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!

E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal. Passado um tempo a mulher se surpreendeu ao ver os lençóis muito brancos sendo estendidos pela vizinha.

E empolgada foi dizer ao marido:

- Veja, ela aprendeu a lavar as roupas, será que alguma outra vizinha ensinou?

E o marido calmamente responde:

- Não… hoje eu levantei mais cedo e lavei os vidros da nossa janela! ”

Como  é mais fácil criticar  o “lençol do vizinho” do que observar se não é a nossa         “ “janela” que está suja. Interessante como nós seres humanos temos facilidade em apontarmos os erros dos outros, querer dizer o que o outro está fazendo errado,  mas uma enorme  dificuldade  para enxergar os nossos próprios defeitos.  Parafraseando o filósofo francês La Rochefoucauld: “Se nós não tivéssemos defeitos, não teríamos tanto prazer em notá-los  nos outros”.

Apontar o dedo para os defeitos de nossos amigos, familiares, reclamar do chefe, reclamar do stress do trabalho todos os dias (mas também não  tomar nenhuma providência),  brigar com a vizinha do apartamento porque ela não concorda com você sobre algum assunto, etc.  são práticas comuns na vida de muitas pessoas. Quem tem opiniões demais a respeito dos outros, dos fatos, corre o risco de cair na armadilha do preconceito, das fofocas.

É  Bíblico,  Jesus já  dizia em outras palavras: “ Você  que fica ai vendo o cisco nos olhos dos outros, vai cuidar da trave que está no seu olho  primeiro,  porque o cisco que você vê no olho do outro,  pode ser a sombra que projeta o tijolo que está no seu. Ou seja, limpa o seu  olho primeiro, limpa a sua “vidraça” primeiro ao invés de ficar procurando descobrir defeitos alheios..”

Quem tem o costume de ver e criticar os erros dos outros pode estar escondendo através deste comportamento a sua própria insegurança, sua baixa auto-estima. Quanto mais flexíveis formos com a imperfeição do outro, automaticamente menos  críticos seremos, porque teremos um olhar mais tolerante  e sábio em relação ao mundo e seus “erros”.

Na psicologia dizemos sempre que é preciso fazer uma faxina da nossa “sujeira interna”, encarando nossos medos, desapegando de tudo aquilo que não nos faz bem, deixando  o passado ir embora, olhando de uma forma sincera para dentro de nós mesmos. Amadurecer é um processo lento e  contínuo.

Autora: Elisabeth Sversut
Fonte da Imagem: Google

                         

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